terça-feira, 14 de junho de 2011

Consumidor desconhece as vantagens da portabilidade bancária

Correntistas não sabem da importância que, assim como ocorre na telefonia, podem migrar sua dívida de um banco para outro, renegociando taxas .

Consumidores que pagam juros exorbitantes ignoram um importante instrumento para barganhar com bancos e obter queda da taxa paga pelo dinheiro emprestado, com a opção de migrar a dívida para outra instituição financeira. 


Desde 2007, foi autorizado, pelo Banco Central (BACEN), a portabilidade da dívida, assim como a portabilidade do telefone em que o cliente leva seu número de uma operadora para outra do sistema de telefonia móvel celular. A potabilidade da dívida é uma arma nas mãos dos correntistas e consumidores.

Não há como obrigar uma instituição financeira a aceitar uma dívida contraída em outro banco. Porém, o banco está obrigado a ceder a dívida para outro. A partir daí vale pesquisar, barganhar e buscar a melhor negociação, que é pagar menos juro.

A grande maioria das pessoas desconhece a portabilidade da dívida. Mais conhecida é a portabilidade do telefone, que permite migrar de uma operadora para outra, ou mesmo do plano de saúde. O desconhecimento da portabilidade de débito também se deve ao fato de muitos trabalhadores receberem salários no banco com o qual faz todas as suas transações. Portanto, não pesquisam as taxas e vantagens oferecidas pelo mercado.

ORIENTAÇÕES
Os economistas entende que a instituição financeira tem interesse em receber a dívida contraída em outro banco. Gallo, cientista econômico, argumenta que o cliente trará a dívida e outras operações financeiras (juros, taxas, etc.).

O economista exemplifica, como risco, a dívida de cheque especial. Normalmente, a taxa do cheque especial é mais elevada em toda a rede bancária brasileira porque não há garantia caso a pessoa não pague; diferente de um financiamento de um carro ou um imóvel, em que há um bem oferecendo lastro para a dívida. “Se a pessoa não tem nenhum patrimônio, o risco é total”, avalia. O economista lembra que quem paga juro alto acaba cobrindo o rombo da inadimplência de quem não paga, por isso, o cheque especial é o vilão do segmento de empréstimos.

Mas há o alerta de que o primeiro critério que a pessoa deve considerar ao assumir uma dívida é pagar a menor taxa e não pensar de forma imediatista, a exemplo, se as parcelas cabem em seu orçamento. Resolver um problema a curto prazo não significa que conseguirá suportar a carga de juro “comendo” sua renda.

Sugerem que o cliente verifique com o banco que trabalha se não há, na carteira de produtos, uma opção com taxa mais interessante. Ao invés de migrar de banco, migra-se do cheque especial para, por exemplo, um financiamento de 12 meses.

De repente, a taxa cai de 9 a 10% ao mês para 4% a 4,5% ao mês”, projeta.

O economista recomenda a portabilidade da dívida como uma opção para ser avaliada em que se busque o menor custo do débito.

BACEN VÊ VANTAGEM AO CONSUMIDOR

É revelada a arma dos correntistas, visto que o banco de origem da dívida não quer perder seus juros e demais acréscimos. Estudos revelam que, mais do que a movimentação, a portabilidade trouxe poder maior de barganha do cliente com seu banco. O BACEN expoe que o cliente acaba não migrando sua dívida porque ganhou vantagens diretas e indiretas, como a diminuição de juro apenas com a ameaça de trocar de banco. O economizado no final é deslumbrante.
  

ALERTA AO CONSUMIDOR
Perguntado sobre o assunto, o Banco do Brasil afirmou que o cliente pode migrar, mas ressalta que não conseguirá condições especiais apenas porque migrou e terá que adquirir outros produtos da instituição que aceitou sua dívida. Nesse sentido, deve o consumidor avaliar se compensa realmente a migração, pois, por si só, a portabilidade da dívida já é um atrativo para os bancos, já que eles passam a receber os juros capitalizáveis e demais acréscimos.

Fonte: www.jcnet.com.br - 12/06/2011

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