quarta-feira, 2 de maio de 2012

Redução dos juros pode esconder armadilha

A redução de juros no mercado financeiro não quer dizer que foi dada a largada para adquirir novos empréstimos ou usufruir de créditos indiscriminadamente. Não seja leigo.

A redução dos juros em diferentes operações bancárias teve uma resposta imediata com muitas pessoas lotando as agências nesta semana. Porém, em meio à euforia de pagar menos pelo dinheiro emprestado cabe uma boa dose de cautela dos clientes para não cair em arapucas bancárias. O pior a se fazer é adquirir outros produtos bancários para ter “um melhor perfil” na tomada de empréstimo ou fazer uma operação de crédito sem extrema necessidade.

Segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR), a primeira situação fere o código. “É uma forma de venda casada. A concessão de crédito não pode estar vinculada à contratação de qualquer outro produto bancário”, alerta a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano. Quanto ao segundo caso, a decisão é temerária. “Crédito não é dinheiro. E mesmo com essa redução, os juros no Brasil ainda são muito elevados. Aliás, quem esperar mais alguns meses vai conseguir realizar uma operação de crédito ainda mais barata, pois os juros vão continuar baixando diante desse cenário econômico”, indica o economista Daniel Poit.

Ele aconselha que o movimento de redução nos juros deve ser aproveitado por quem já tem empréstimo ou financiamento. “É a hora de tentar renegociar dívidas e, se isso não for possível, colocar na ponta do lápis se vale mais a pena contrair um empréstimo a juros menores para quitar os débitos ou recorrer à portabilidade de crédito, ou seja, passar a dívida para um banco onde o custo efetivo do valor emprestado fique menor”, recomenda.

Em ambas as operações, será exigida muita disciplina financeira para não cair numa “bola de neve”. “Há um risco iminente de quem está endividado passar a uma condição de superendividamento, ou seja, de estar se comprometendo com uma dívida acima da sua capacidade de pagamento”, avalia Claudia. Também não pode ser ignorado o prazo de pagamento. “Ninguém está livre de ficar doente ou de perder o emprego. E isso pode se tonar um desastre financeiro para quem contrai uma dívida longa”, lembra.

Fonte: parana-online.com.br

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